quarta-feira, 7 de abril de 2010

Pizza e Tecnologia da Informação têm mais coisas em comum do que você imagina.



Por Daniel Itzicovitch




Há cerca de 15 anos, a informática era tão nova e cara, que existiam grandes empresas que faziam manutenção de computadores. Tínhamos empresas especializadas em desmontar e limpar teclados. Cada teclado custava cerca de US$ 100 no começo dos anos 90 e mais difíceis de comprar.

Hoje em dia, simplesmente trocamos o teclado quando está muito sujo ou quebrado. Temos preços que variam de R$ 15,00 a R$ 100,00. Quem compra teclados que custam US$ 100.

Lembro que na minha infância e adolescência, meu pai nos levava para comer pizza numa excelente pizzaria no Ipiranga. O garçom era da família. Conhecia todos pelo nome. Alguns anos depois, a padaria próxima da pizzaria começou a vender pizzas de excelente qualidade por menos da metade do preço. Hoje não há mais pizzaria e a padaria continua lá, firme e forte.








Mas o que estas duas histórias, verídicas, têm em comum? Houve erro de posicionamento de mercado das empresas que fecharam. O teclado e a pizza eram o meio e não o fim. Explico! O teclado, o computador, a tecnologia não é o objetivo final dos usuários. Eles são o meio, a ferramenta para se atingir o objetivo. Qual objetivo? Diversos, como obter-se o saldo bancário, efetuar pagamentos, assistir TV, escrever este blog. A mesma coisa acontece com a pizza. Ela é o meio para matar a fome, saciar a gula. As pessoas não compram uma pizza porque ela é bonita ou redonda. Mas porque têm fome e querem se alimentar.

As empresas de sucesso conseguem enxergar seu objetivo final e utilizar tecnologia, comida, roupas e tantas outras coisas, como um meio para chegar lá. A pizzaria que não existe mais existia para a pizza em si e não para saciar a fome de seus clientes.

Empreendedores de sucesso conseguem identificar, mapear e efetivamente ofertar aquilo que os clientes querem e precisam comprar. A qualificação do mercado e adequação da oferta de produtos e serviços é um fator determinante para oferecer o produto certo para o cliente certo. Por isso sempre falamos em vender geladeira para esquimó ou aquecedor de ar no deserto. Mas o que aconteceria se ofertássemos geladeira no deserto e aquecedor de ar para esquimós?

Informática hoje é “commodity”. Pode até ser comparada a uma pizza, porque temos tantas pizzarias quanto empresas de informática. Muita gente fazendo e vendendo os mesmos produtos e serviços. Com isso, o cliente e o mercado balizam o preço. Como não ser “commodity”? Entenda seu cliente. Identifique as necessidades dele. E trabalhe com o objetivo de atender o mercado. Não trabalhe simplesmente para vender pizzas ou teclados.

5 comentários:

  1. Daniel,

    Sensacional!

    Mas um texto com a qualidade de sempre!

    Parabéns pela comparação e pela visão que tem sobe este mercado que trabalhamos!

    Pizza para todos... ou melhor! Seu cliente tem fome de que?

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  2. Muito bom Daniel.
    Achamos que somente as empresas do terceiro mundo podem agir desta forma, engano de todos. Aquelas do dito, primeiro mundo, são mais especializada neste tipo de conduta.

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  3. Daniel,

    Parabéns pela abordagem bem humorada de um fato que só limita e cria problemas para empresas e clientes.
    A seleção natural dará cabo das empresas e profissionais que descuidarem deste ponto e o mercado estará de portas abertas para as empresas e profissionais que mais rapidamente se adequarem a esta realidade.

    Roberto Diniz
    Doha/Qatar

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  4. Muito bom Daniel!

    O importante é a empresa e os empresários se conscientizarem da diferença entre meio e fim! Conseguir identificar o que realmente é o produto e para que ele serve (um dos mais importantes Ps do Marketing).

    Outro ponto importante. Distinguir realmente cliente e canal, muitas vezes as empresas se confundem!

    Por fim, trabalhar um posicionamento adequado para driblar a comoditização.

    Lembre-se! Não só as pequenas empresas têm dificuldades com estas tarefas.

    As vezes a dificuldade é de uma indústria inteira. Veja só o pessoal de holywood e sua dificuldade em entender que o que eles fazem é entretenimento e a mídia, seja ela a fita, o DVD, a TV, etc não acabaram com o "cinema" e, toda vez que um meio novo aparece (veja o caso da internet) eles simplesmente enlouquecem e querem criar barreiras.

    Grande abraço, Roger

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  5. Muito bom Daniel!

    O importante é a empresa e os empresários se conscientizarem da diferença entre meio e fim! Conseguir identificar o que realmente é o produto e para que ele serve (um dos mais importantes Ps do Marketing).

    Outro ponto importante. Distinguir realmente cliente e canal, muitas vezes as empresas se confundem!

    Por fim, trabalhar um posicionamento adequado para driblar a comoditização.

    Lembre-se! Não só as pequenas empresas têm dificuldades com estas tarefas.

    As vezes a dificuldade é de uma indústria inteira. Veja só o pessoal de holywood e sua dificuldade em entender que o que eles fazem é entretenimento e a mídia, seja ela a fita, o DVD, a TV, etc não acabaram com o "cinema" e, toda vez que um meio novo aparece (veja o caso da internet) eles simplesmente enlouquecem e querem criar barreiras.

    Grande abraço, Roger

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